quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Alguns hábitos prejudicam a formação dos dentes do bebê


           Nesta época do ano, em que se comemora há séculos com a mesma gratidão e reflexão o nascimento de Jesus, aproveitamos para escrever algumas linhas sobre questões que podem ser mitos ou verdades quando pensamos nos dentes nos nossos baixinhos.
           O estresse faz parte do dia a dia e, assim como o sono, muitas vezes é incontrolável: quando vem, fica difícil superar! Muitas situações sociais e de convívio passam por momentos complexos que tendem a criar doenças psicosomáticas, ou mesmo doenças psicológicas que tornam os dias mais pesados e longos.
          Dessa forma, situações prazerosas tendem a ser mais escassas, e muitas pessoas acabam apelando para o álcool ou cigarros para se divertir em reuniões entre amigos e família, já que esses produtos agem na produção das famosas serotoninas e dopamidas, responsáveis pela alegria e felicidade. E, para aqueles mais reclusos às famosas "pílulas da felicidade", os medicamentos anti-depressivos e ansiolíticos. 
           Mas, o que isto tudo tem a ver com odontologia de bebê? São nesses momentos de alegria entre amigos e familiares que pode surgir a pretensão de ter filhos, deixando de lado os mais variados métodos contraceptivos para tornar tudo mais belo e surpreso. Além disso, muitos casais não abandonam alguns desses hábitos, como o consumo de álcool e cigarro, durante o período de gestação, o que pode trazer alguns problemas ao feto. 
          Os primeiros momentos, após a fecundação, são fundamentais para o desenvolvimento de muitos sistemas do organismo: esqueleto, cérebro, coração. Na verdade, nos três primeiros meses da gestação, são formados todos os órgãos e sistemas do feto, incluindo os dentes, que são conceituados como um órgão, já que podem ser definidos como um conjunto de tecidos que organizados por células formam um sistema funcional.
          Analisando a situação por este prisma, o cigarro e a bebida alcoólica são os principais fatores que provocam uma deformidade conhecida como "lábio leporino", ou tecnicamente falando: fissura labial, palatal e nasal. Já nos três meses do meio da gestação essas partes do corpo se desenvolvem e aumentam de tamanho, e, finalmente, nos últimos três meses esses órgãos são finalizados. 
         Os primeiros momentos da gravidez são tão importantes que existe uma recomendação da Organização Mundial da Saúde que aconselha as grávidas que necessitem de tratamento medicamentoso, cirúrgico ou anestésico a realizarem esses procedimentos nos três meses do meio da gestação, para que tais drogas não provoquem a má formação de órgãos e sistemas de corpo humano, que acontecem principalmente nos três primeiros meses, ou antecipem o nascimento. 
          Assim como há cuidados que devem ser tomados pela gestante durante a gestação, existem também mitos que deixam as mulheres ainda mais assustadas com seu estado de saúde. Um deles é que o feto retira cálcio dos ossos da mãe para formar os dentes. Isso é um mito muito bem espalhado. Mas como explicar a suscetibilidade a cárie durante esta fase? Bem, o que acontece nas primeiras semanas da gravidez são sucessivos momentos de náuseas e até vômitos causando um verdadeiro desequilíbrio do pH bucal e da saliva, enfraquecendo a camada que recobre o esmalte dentário, gerando pequenas erosões e regiões esbranquiçadas denominadas de desmineralização. 
          Outra situação que promove o aparecimento de cavitações cariosas é o fato de a grávida comer com mais frequência para nutrir seu sistema e ajudar no desenvolvimento adequado do feto. O que ocorre nesta situação é que a saliva necessita de algo em torno de uma a duas horas para que o pH salivar e bucal retorne ao seu normal. E como a gestante possui a tendência de comer a todo instante, o pH fica sempre ácido enfraquecendo a estrutura dental da mãe.
           Mas, o que fazer para evitar ou diminuir a possibilidade de lesões nos dentes, no esmalte? Simples: dieta balanceada, muitas frutas, legumes e estimulação através dos movimentos mastigatórios, produzindo saliva suficiente e com alta qualidade, associando uma correta escovação, que seu dentista poderá orientar os movimentos corretos, escova mais apropriada e dentifrício (pasta, creme, gel, liquido). 
           Portanto, se você pretende ter filhos ou recomendar algumas informações úteis aos amigos, esses são alguns cuidados e mitos sobre a relação dentes da gestante, do feto e o consumo de certas substâncias.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Por dentro do que acontece nos três primeiros meses de vida do bebê


          Por volta do segundo mês de vida, o bebê passará a maior parte do tempo observando e ouvindo as pessoas que o cercam. Ele aprenderá que essas pessoas irão entretê-lo e acalmá-lo, que irão alimentá-lo e farão com que se sinta mais confortável. Ele se sentirá bem quando essas pessoas sorrirem para ele e, instintivamente, ele saberá que poderá sorrir para elas também. Até mesmo durante o primeiro mês pode ser que já comece a esboçar algum sorrisinho e faça caretinhas. Contudo, durante o segundo mês, estes movimentos se tornarão sinais genuínos de contentamento e amizade em relação às pessoas que se relacionam com ele.
          Você já teve a experiência de observar o primeiro sorriso do seu bebê para você? É um verdadeiro marco no relacionamento entre mãe e filho. O bebê também passa a perceber que, além do choro, esse movimento com os lábios é uma alternativa para se comunicar com você.
           Aos três meses, o bebê será mestre na linguagem do sorriso. Algumas vezes ele iniciará a conversação através de um grande sorriso e pode ser que comece também a balbuciar. Ele usará o corpo todo para se comunicar com você. Com certeza, o bebê não reagirá assim com todas as pessoas. Assim como os adultos, terá mais afinidade com algumas pessoas ao invés de outras e os favoritos, na certa, serão os pais. Então, aos três ou quatro meses ele passará a se interessar por outras crianças. Se ele tiver irmãos, você verá como ficará sorridente cada vez que eles começarem a conversar com ele.
          Parentes mais próximos talvez ganhem um sorriso meio tímido no começo, mas depois o bebê começará a balbuciar alguns sons se eles continuarem a interagir. As pessoas estranhas, ao contrário, dificilmente merecerão mais do que um olhar curioso ou um sorriso muito rápido. Esse comportamento seletivo nos mostra que até mesmo um bebê já começa a identificar quem é quem em sua vida.
          Esse tipo de comunicação tem um papel fundamental no desenvolvimento social e emocional da criança. Ao responder cada vez que ele lhe sorri e estimulando-o a ter essas "conversações", você automaticamente estará lhe dizendo o quanto ele é importante e que ele já tem certo controle sobre sua própria vida. Demonstrando que você entende que ele está tentando lhe dizer algo quando murmura algum som e respondendo-lhe prontamente sem interrompê-lo ou ignorá-lo, você mostra o quanto está interessada nele e quanto valor ele tem. Isso contribui enormemente no desenvolvimento da autoestima da criança.
         Conforme ele cresce, a maneira pela qual vocês dois se comunicam irá variar conforme as necessidades dele. No dia a dia, você notará que ele tem três níveis gerais de necessidades, cada um deles mostrando um lado diferente de sua personalidade:

1. Quando as necessidades são urgentes, como quando se tem muita fome ou dor, por exemplo, ele fará com que você entenda a mensagem rapidamente berrando, reclamando ou usando desesperadamente a linguagem corporal. Isso fará com que você o atenda prontamente;

2. Quando ele está sonolento e tranquilo ou quando está acordado e se entretendo com alguma coisa: você terá a certeza de que satisfez todas as necessidades dele no momento. Isso lhe dará a chance de descansar um pouco ou de se dedicar a alguma outra atividade;

3. A cada dia haverá momentos nos quais ele ficará reclamando ou resmungando mesmo que tenha todas as necessidades satisfeitas. Ele fará com que você perceba isso choramingando ou através de movimentos agitados. Se você cantar para ele, brincar com ele, carregá-lo no colo, embalá-lo ou caminhar com ele, o alvoroço pode passar. Em outras ocasiões, entretanto, isso não basta. Você irá notar que muitas vezes qualquer uma das estratégias citadas pode fazer com que ele se acalme momentaneamente para, depois, ficar ainda mais nervoso e chorão. Isso acaba sendo um círculo vicioso, que só é quebrado se você permitir que ele chore e reclame por alguns minutos ou se você distraí-lo com alguma atividade diferente, como levá-lo para um passeio fora de casa ou alimentá-lo.
           Com o passar do tempo, os períodos de necessidades urgentes irão diminuir e ele será capaz de se distrair sozinho por períodos maiores de tempo. Isso ocorre, em parte, porque você irá aprender a conhecê-lo melhor e se antecipar em atendê-lo antes que ele tenha a chance de reclamar. Mas acontece também porque o sistema nervoso do bebê vai amadurecendo e ele vai adquirindo a habilidade de lidar sozinho com o estresse do cotidiano.
           Durante os primeiros meses de vida do bebê você não deve se preocupar em achar que o está mimando demais ou dedicando muita atenção a ele. Procure atendê-lo todas as vezes em que ele necessitar de você. Na verdade, quanto mais rapidamente você atender às necessidades do bebê quando ele estiver irritado durante os seis primeiros meses menos trabalho ele lhe dará quando ficar mais velho. Isso acontece porque nos seis primeiros meses ele necessita de atenção e cuidados constantes para se sentir seguro em relação a você e a si próprio.
           Ajudando-o a se sentir seguro nesta fase, você estará desenvolvendo nele um forte senso de segurança que será muito importante para que, gradualmente, ele consiga se separar de você (ficar independente) e se tornar, posteriormente, uma pessoa forte, segura e autossuficiente.

Principais desenvolvimentos alcançados pelo bebê ao término do terceiro mês de vida, referentes aos aspectos sócio-emocionais

Começa a desenvolver o sorriso social;
Aprecia quando brincam com ele, e pode até chorar quando a brincadeira termina;
Torna-se mais comunicativo e se expressa muito através da própria face e do corpo inteiro;
Imita alguns movimentos e expressões faciais.

Brinquedos e atividades recomendadas entre o primeiro e o término do terceiro mês de vida do bebê:

Imagens ou livros com cores e desenhos bem contrastantes;
Espelho inquebrável amarrado seguramente dentro do berço;
Chocalhos; Móbiles variados com cores vibrantes;
Cantar para o bebê;
Tocar músicas suaves e de melodias variadas do tipo "caixinha de música" (não é recomendável brinquedos com sons muito altos ou estridentes).

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Seis desafios para criar o filho único


         Já foi derrubado o mito de que filhos únicos são mais egoístas ou têm muita dificuldade de relacionamento. Na verdade, essas características são mais reflexos da criação dos pais e podem ser desenvolvidas até nos pequenos que têm irmãos. O modo de educar e estimular o convívio da criança com o mundo é o que realmente influencia o seu comportamento. 
          Portanto, a responsabilidade dos pais é grande, mas deslizes na hora de educar sempre ocorrem. "Não existem pais perfeitos. Os erros nos ajudam a crescer e mostram aos filhos que errar é humano e que o importante é estar sempre disposto a querer melhorar como pessoa", afirma a psicóloga Mariana Brandi, de São Paulo. Para amortecer esses erros, confira os desafios mais comuns na criação do filho único e a melhor forma de lidar com eles:

1. Extrema proteção: os pais podem achar que a criança precisa ser superprotegida para não se sentir desamparada. Cuidado para não ser sufocante! A criança depende dos pais, mas precisa viver fora de uma bola de cristal. Agradá-la excessivamente e privá-la de qualquer desapontamento é mentir acerca do mundo que vivemos. E pior: dar toda a atenção e cuidado para ela, sem limites, pode deixá-la mais egocêntrica. "Na verdade, toda criança passa por uma fase de egocentrismo, em que acredita que as coisas giram ao seu redor e tudo anda conforme suas vontades. Ela precisa aprender que não é o centro do mundo", explica a psicóloga Mariana Brandi.

2. Dar tudo o que uma criança poderia ganhar: o quarto do pequeno parece mais uma loja de brinquedos. Ganha várias coisas - mesmo que não precise - e tem todos os mimos. "É necessário cuidar para que a criança sem irmãos não consiga tudo o que quer, na hora que quer", lembra a psicóloga Mariana. Quando ela crescer, não terá tudo aos seus pés e precisa já aprender isso - aos poucos - desde a infância. Não se esqueça que a felicidade do seu filho não depende só de brinquedos e de dinheiro, mas da companhia dos pais. Já pensou se não seria mais legal presenteá-lo com uma tarde de lazer em um momento de família, em vez de mais um brinquedo para a prateleira?

3. Deixar fazer tudo o que ele quer: os pais podem até não concordar com algo que o filho quer fazer ou ter, mas quase sempre acabam se rendendo depois que a criança fica aborrecida. Faltam limites, o que aumenta a chance da criança se tornar um adulto de difícil relacionamento. "É papel da família mostrar para o filho que tudo tem limites", adverte a psicóloga Mariana Brandi, que diz que a birra só tende a desaparecer se o pequeno perceber que não faz efeito: "Se os pais atendem os desejos quando a criança chora e dá aqueles 'chiliques' de se jogar no chão, estão reforçando essas atitudes, que irão continuar".

4. Pais estão sempre disponíveis: "Poupar a criança de não ser atendida toda hora que ela quiser não faz sentido, pois ela irá receber muitos 'nãos' em sua vida e, então, não saberá lidar com essa situações", conta a psicóloga Mariana. Portanto, é permitido - e até necessário - ter um tempo para você mesmo, além de se dedicar ao pequeno. "Em nossa sociedade, os pais sofrem um massacre para serem os pais ideais, o que os leva à despersonalização. O ideal é pensar: primeiro você, em tudo! Depois, a criança. Mesmo porque ela depende de você, pai ou mãe", aconselha a psicóloga Síria Mohamed, de São Paulo.

5. Todos os "sonhos" dos pais se depositam no único filho que possuem: "Aspirar um futuro feliz para o filho é normal. Desenhá-lo para a criança percorrê-lo, não", esclarece a psicóloga Síria. Muitas vezes, os pais têm a esperança de que o filho seja algo que eles não foram em algum momento da vida. Cada um, porém, tem personalidade e aspirações diferentes, e seu pequeno tem todo o direito de buscar os próprios sonhos. Procure respeitar isso, sem deixar de oferecer apoio e ajuda.

6. Ele quer um irmão, mas os pais não querem: o conselho número um nesse caso é estimular o convívio social com outros amiguinhos. "O filho único que pede um irmão pode estar se sentindo sozinho", lembra a psicóloga Mariana. O diálogo também é fundamental, e sempre com sinceridade. Não adianta iludir o filho se não faz parte dos planos dos pais ter mais um bebê. "Às vezes não temos o que queremos, outras vezes sim, e isso deve ser ensinado à criança desde cedo", afirma a psicóloga Síria.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Atraso do bebê para falar pode estar relacionado a mimo dos pais


           Um ano e meio e já conseguem balbuciar "mama" ou "papa". É assim que acontece com a maioria dos bebês, que deixam os pais em um misto de alegria e ansiedade para ouvir a próxima palavra. Porém, para algumas crianças, essa fase pode demorar bastante para se iniciar, deixando a ansiedade dos pais dar lugar à preocupação. 
           Falar, para nós, é tão natural que é difícil perceber o quanto é complexo esse processo. Imagine você converter movimento em vibrações nas cordas vocais, que produzem sons. Como se não bastasse, você ainda precisa articular muito bem a boca e os lábios, para que esse som saia em forma de palavra. É muito difícil. 
          Por isso, a fonoaudióloga e pediatra Amariles Muniz, da Unesp, explica que os pais exercem papel fundamental na hora de estimular a criança. "Conversar bastante com ela, desde pequena, faz com que ela queira imitar e acaba facilitando o processo. Quando a criança não é estimulada a falar pelos pais, pode ficar preguiçosa e acaba demorando mais do que o normal. Se os pais dão tudo o que ela quer, ela não sente a necessidade de falar", completa.

           Passou da hora?
 
          A especialista explica que, a partir dos cinco meses de idade, os bebês já começam a emitir alguns sons na tentativa de se comunicar, mas é por volta dos dez meses que eles começam a falar palavras bilabiais, tipo, "ma" e "pa". "Com um ano, as crianças já falam palavras que são reconhecidas pelos adultos. As meninas, normalmente, começam a falar mais cedo que os meninos", diz a especialista da Unesp. 
         Com dois anos, dois anos e meio, a criança já é capaz de formular pequenas frases e de sair tagarelando por aí. Se chegar a essa fase e o bebê ainda não tentar falar, a mãe já deve notar que há algo errado. A fonoaudióloga Amariles alerta: "Os pais precisam se certificar de que o filho não esteja sofrendo com alguma patologia associada. A surdez, por exemplo, é muito fácil de ser percebida pelos pais. É só notar se o bebê reage aos sons do cotidiano, como uma porta batendo, adulto que fala alto, cachorro latindo". 
          Caso os pais, ao levaram a criança a um especialista, descobrirem que não há nenhum problema físico, não tenha dúvida de que o motivo do silêncio está ligado ao psicológico e os próprios pais podem ser, em grande parte, os responsáveis. "O excesso de zelo ou de mimo com a criança pode ser o fator responsável. Um dos exemplos mais claros são aqueles pais que dão tudo que o filho quer assim que ele aponta o dedinho. Não deixam, portanto, espaço para ele falar e pedir. Isso, para a criança, dá a impressão de que a comunicação é desnecessária", conta a profissional.
          Para essas crianças com "preguiça" de falar, Amariles diz ser muito importante o trabalho de um fonoaudiólogo. "Ele vai descobrir o que está errado na relação entre pais e filhos e vai indicar a melhor maneira para que os pais estimulem seus filhos, substituindo práticas comuns, por corretas", esclarece.

           A solução é conversar

           Desde bem cedo, o bebê já começa a ouvir os sons. "O nenê, mesmo na barriga da mãe, consegue escutar alguns ruídos quando os pais falam com ele. Esse passo é muito importante, pois o ajuda a já ir reconhecendo a voz da mãe e do pai, através da percepção de sons agudos e graves", ensina a fonoaudióloga da Unesp. 
           É por isso que conversar com seu bebê desde sempre nunca é demais. Mas atenção! Nada de falar "quiancinha", em vez de criancinha, ou "bincá", em vez de brincar. Amariles explica que, a partir de um ano, o ideal é falar corretamente o nome das coisas, na entonação correta. "Se os pais infantilizam demais ao falar com o bebê, pode ser que ele cresça carregando uma fala infantilizada. Existem casos também de a criança crescer no tamanho, mas não amadurecer. Quer ficar sendo sempre o bebê e expressa isso na fala", conta a especialista.

            Se o bebê não quer falar, não se afobe, estimule!
 
           Os pais ficam muito ansiosos e, por isso, podem acabar pressionando a criança e intimidando o desenvolvimento dela. "A linguagem é importante porque, além de tudo, desenvolve também a parte neurológica da criança. Sons, ruídos, fala e articulação da boca, tudo isso ajuda a criança a estimular uma série de coisas no corpo e no cérebro dela", ensina a especialista. 
           Se o bebê está se esforçando bastante para falar, não precisa se assustar. O segredo é continuar incentivando a fala, mas sem exagerar. A seguir, veja como fazer o pequeno se sentir mais seguro:

1. Abaixe-se até ficar na altura da criança toda vez que for falar com ela. Assim, ela poderá enxergar melhor os seus movimentos de lábio e mandíbula;
2. Fale sempre a forma correta das palavras;
3. Se você perceber que ela tem dificuldade para falar certas palavras, tente usá-las com mais frequencia quando estiver conversando. Não se esqueça de que a criança aprende por repetição;
4. Incentive-a a conversar mais quando ela disser alguma palavra. Faça sempre pequenas perguntas enquanto estiver conversando com ela e espere a tentativa de resposta.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Proteja o seu bebê das assaduras


        Bastante comum durante os primeiros meses de vida, as assaduras deixam o bebê irritado, prejudicando o sono e a alimentação dele. O problema aparece quando a camada de proteção natural da pele - muito sensível, no caso de um bebê - sofre um desgaste mais intenso. "Isso causa vermelhidão, ardência e deixa a pele indefesa contra a proliferação de fungos e bactérias", afirma a pediatra Camila Lima Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz. Higienização cuidadosa da criança, principalmente nas dobrinhas, e cautela com a hidratação são medidas que ajudam a livrar o seu filho das assaduras. Veja as dicas dos especialistas.

        Água morna e algodão

        Não é preciso dar um banho no bebê a cada troca de fralda. Usar o algodão com água morna é o jeito mais indicado para higienizar bem a pele do pequeno sem causar irritações. "Apenas quando o bebê se suja muito com as fezes é necessário o uso de sabão. E é importante não esfregar a pele do bebê com muita força, já que isso pode causar irritação e assaduras", diz a pediatra Camila Reibscheid. 
        Além disso, a especialista alerta que é preciso usar sempre sabonete neutro no bebê. Outros produtos podem causar irritações na pele e aumentar as chances de assaduras. "Muito sabão pode tirar a pequena camada de óleo que serve como proteção para a pele do bebê", explica a pediatra. O lenço umedecido, por sua vez, só deve ser usado em situações inesperadas, já que o perfume pode causar reações alérgicas no bebê.

         Teste o uso de fraldas

        As assaduras que aparecem no bebê podem ser reações alérgicas a algum composto utilizado pela empresa fabricante de fraldas. Por isso, após notar que a pele do bebê está avermelhada, troque a marca da fralda para observar se o problema persiste. Fraldas de pano oferecem o mesmo risco que as descartáveis. "O que faz diferença é deixar o bebê muito tempo com a mesma fralda, e não o material de que ela é feita", afirma a especialista.
          Amamentação

         Segundo a pediatra, bebês que se alimentam exclusivamente de leite materno durante os primeiros seis meses de vida têm menos chances de desenvolver assaduras. "O leite materno diminui as chances de que as fezes ou a urina do bebê tornem-se ácidas, prevenindo assaduras", explica. Mas a mãe precisa ter alguns cuidados com a própria alimentação. Segundo o pediatra Jorge Huberman, do Hospital Albert Einstein, a alimentação da mulher influencia o surgimento de irritações intestinais no filho. Desde frutas até alimentos industrializados, há opções capazes de interferir na qualidade do leite materno. "O ideal é a mãe prestar atenção na dieta e relacionar alterações a mudanças no comportamento do bebê", diz o pediatra.

           Não use talco

          Segundo a pediatra Camila Lima Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, o talco não deve ser usado, já que ele pode abafar a pele e irritar ainda mais as regiões assadas. Também há risco de as partículas serem aspiradas pelo bebê, causando alergias respiratórias.

           Troca de fralda

          Trocar a fralda com frequência é a dica mais importante para evitar assaduras nos bebês. "Não importa que tipo de fralda é usada, de pano ou descartável, quando a mãe troca a fralda pelo menos a cada duas horas, cerca de oito vezes por dia".
           Sem fralda por alguns minutos

          A pele do bumbum e das coxas do bebê, que ficam em constante contato com a fralda, são as áreas mais atingidas por assaduras. Isso não acontece por acaso. "O espaço entre a fralda e a pele do bebê é quente e úmido, propício para o desenvolvimento de fungos e bactérias que podem agravar o quadro de assadura. Por isso, deixar a criança sem fralda por volta de dois minutos após a  sua retirada ajuda a evitar assaduras", diz Camila Reibscheid.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Atividades físicas recomendadas para os três trimestres da gravidez


        Primeiro trimestre

       No começo da gravidez, é pouco comum sentir dores nas costas. Mesmo assim, a preparação dos músculos já deve ter início. "Mas, antes de começar qualquer tipo de exercício para prevenir dores nas costas, é preciso consultar um médico. Cada caso deve ser analisado de forma particular", lembra o educador físico Alexandre. 
       Os exercícios nessa fase precisam ser mais leves, envolvendo mais repetições e evitando, acima de tudo, movimentos bruscos. "Como o feto ainda não está totalmente estável no útero, qualquer movimento muito brusco ou esforço intenso pode prejudicar a saúde tanto da gestante como do bebê", diz o especialista. 
        A caminhada é um exemplo de atividade de pequena intensidade que, no final da gravidez, faz toda a diferença. Trabalha-se a respiração e, consequentemente, o diafragma e os músculos abdominais, responsáveis por manter uma boa postura.

       Segundo trimestre

       É quando a barriga começa a crescer que a futura mamãe pode fazer exercícios mais intensos para prevenir as dores nas costas. Um dos mais comuns é chamado de perdigueiro. Nesse exercício, a mulher deve ficar apoiada nos joelhos e nas mãos, de barriga para baixo, e erguer um braço e a perna oposta. "Para ficar mais fácil de entender, é só levantar o braço direito e a perna esquerda ao mesmo tempo, ficar em equilíbrio nessa posição de 30 a 60 segundos e, depois, fazer o mesmo com os outros dois membros", conta Alexandre. Esse exercício pode ser feito em casa e não traz nenhum perigo ao bebê e à mãe, já que a posição não faz pressão na coluna ou no útero. 
      Abdominais também ajudam a acabar com a dor nas costas, já que os músculos da barriga são essenciais para manter a boa postura e deixar a coluna protegida e fortalecida. No entanto, é fundamental ter as instruções de um profissional. "O abdômen tradicional, aquele com as costas no chão, é desaconselhado para gestantes, já que provoca um peso maior do corpo da mãe e do bebê sobre a veia cava, que fica próxima a coluna, limitando o fluxo de sangue para o feto", explica o educador físico. 
      O jeito correto da gestante fazer abdominais é usar uma almofada ou uma cadeira como apoio e ficar praticamente sentada, fazendo flexões para frente e para baixo.

       Terceiro trimestre

       Por ser nessa época que as dores se tornam mais frequentes e intensas, muitas mulheres só procuram ajuda profissional no final da gestação. "Quem começa a fazer exercícios apenas nessa fase da gravidez terá resultados menos significantes", lembra o educador físico. 
       Como a barriga está bem grande, é preciso mudar os exercícios. Devido a mudanças no corpo - como aumento de peso, menor circulação para as pernas, aumento de cãibras e maior dificuldade de locomoção -, é melhor focar nos exercícios de respiração e resistência. 
       É também a partir dos seis meses que o corpo da mulher passa a liberar um hormônio chamado relaxina, que deixa as articulações entre os ossos mais frouxas. "A relaxina é liberada para facilitar o parto, mas o seu efeito de relaxamento nas juntas afeta todo o corpo. Por isso, é preciso ter cuidado com alongamentos, agachamentos e exercícios de impacto", explica Alexandre Alves. 
       A hidroginástica e a caminhada são as opções mais aconselhadas pelos especialistas, já que trabalham respiração e circulação sanguínea, além de não causar impactos nas articulações, nem perda de equilíbrio. No entanto, cada gestante também pode fazer exercícios que já esteja acostumada. Se uma mulher gosta de natação, por exemplo, e não tem nenhum fator de risco para a gravidez, pode continuar a fazer essa atividade física.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Combata a dor nas costas durante toda a gravidez


        As dores nas costas podem se estender até mesmo depois da gravidez. No entanto, é possível suavizar e evitar esse desconforto, principalmente se a mulher começar a preparar o corpo desde antes de engravidar. Essas dores, na maioria das vezes, são casos de lombalgia, ou seja, dores musculares na região lombar. "Na segunda metade da gravidez, o centro de equilíbrio das gestantes muda, devido ao maior peso do útero. Isso aumenta a curvatura normal da coluna, o que causa um estresse nos músculos", explica o ginecologista e obstetra Mariano Tamura, do Hospital Albert Einstein. 
        Recorrer a remédios para acabar com essa dor pode causar problemas ao feto. Mesmo as pequenas doses de analgésicos já podem gerar bebês do sexo masculino com problemas de fertilidade na idade adulta, como aponta um estudo feito pelo Rigshospitalet Copenhagen, na Dinamarca, e publicado no jornal especializado em reprodução Human Reproduction.
        De acordo com os médicos, é cada vez mais comum que mulheres grávidas tomem analgésicos para diminuir os desconfortos da gravidez - como dores nas costas, na cabeça e nas pernas - sem ter um aconselhamento médico. Isso pode ser uma das causas do aumento no número de homens inférteis nos últimos anos. O uso de anti-inflamatórios também deve ser restrito, já que uma dose elevada pode afetar a formação do sistema cardiorrespiratório do bebê. 
        O melhor jeito de acabar com as dores nas costas é corrigir alguns maus hábitos e preparar os músculos certos para proteger a coluna do deslocamento causado pelo crescimento do bebê. Veja algumas sugestões a seguir:

        Abaixe-se sem prejudicar a coluna

        Abaixar de modo incorreto para apanhar algo que está no chão ou dormir em uma posição inadequada pode trazer muito desconforto e, em alguns casos, até prejudicar a saúde do bebê. Todos nós sabemos que não devemos dobrar a coluna para pegar algo no chão e que o correto a se fazer é dobrar os joelhos e manter a coluna reta, mas nunca colocamos isso em prática. As gestantes precisam ter esses cuidados se querem ter menos dores.

         Posição correta

        Não ficar muito tempo na mesma posição é outro cuidado que deve ser redobrado durante a gravidez. Para manter o corpo de um mesmo jeito, alguns músculos das nossas costas e da região do abdômen relaxam e outros se contraem. Ficar muito tempo com os músculos contraídos causa dor, e consequentemente, estresse. Já quando ficam muito tempo relaxados, eles perdem tonicidade e não conseguem manter uma postura adequada. 
        Algumas posições na hora de dormir já prejudicam a coluna normalmente. Para as grávidas, o efeito é ainda pior. "A melhor posição para uma gestante dormir é de lado, com os joelhos e as coxas levemente flexionados, e não de barriga para cima, como muitos pensam", explica o obstetra. O peso do útero causa pressão nos nervos das costas, como o ciático, o que provoca dores - que podem se espalhar pelos membros inferiores - e sensação de mal estar que dura o dia inteiro.

         Exercícios

        O educador físico Alexandre Alves, diretor do Centro Atividade Física para Gestantes, recomenda fortalecer o que os especialistas chamam de CORE - parte central do corpo. "É uma preparação que deve ocorrer já quando o casal está tentando ter um bebê", lembra. 
        Ele explica que é preciso fortalecer três conjuntos de músculos para estabilizar a coluna: lombares, abdominais e oblíquos do abdômen - musculatura que fica na parte lateral da barriga. "Se trabalhados desde o começo da gestação e de maneira correta, esses músculos diminuem consideravelmente as dores nas costas durante e depois da gravidez", explica o especialista. 
        Os exercícios devem variar de acordo com cada fase da gestação, já que o corpo da mulher passa por muitas transformações durante os noves meses.